O churrasco é reconhecido como prato típico do Rio Grande do Sul pela Lei nº 11.929 de 2003, compartilha o dia 24 de abril com outro símbolo gaúcho: o chimarrão. Mais do que uma tradição culinária, o churrasco representa convivência, história e a própria essência do Estado.
“O churrasco passa a ser uma forma de o gaúcho se expressar e conviver entre si no dia a dia, e, acima de tudo, também em momentos festivos e comemorativos, por representar uma cultura e uma identidade”, afirma Ilvandro Barreto, extensionista rural da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo.
A história do churrasco remonta aos primórdios da pecuária no RS, reforçada pelo tropeirismo e pelas charqueadas, que consolidaram a carne como um item de valor econômico. “A atividade pecuária foi pioneira por conta da característica natural do território gaúcho, com campos e pastagens que favoreceram a introdução do gado bovino”, explica Barreto.
O extensionista relembra que inicialmente a carne não era o principal foco da economia. “Desde o princípio da atividade pecuária, a importante economia era do couro, do sebo, dos chifres e cascos dos animais. Somente posteriormente a carne tornou-se um artigo de valor”.
Com o tempo, o churrasco transcendeu a função de alimentação e ganhou um papel central nas reuniões familiares, festas e encontros. “Por ser tão diferente, passa a ser o símbolo dos gaúchos”, diz Barreto, destacando que o prato é também fortalecido por instituições como os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs), que mantêm viva essa parte importante da cultura.
Chimarrão: Símbolo de Identidade, Tradição e História Gaúcha
Muito mais do que uma bebida, o chimarrão representa um elo entre gerações, um símbolo cultural enraizado na identidade do povo gaúcho. O dia 24 de abril, instituído como o Dia do Chimarrão pela Lei nº 11.929 de 2003, celebra essa tradição secular, que atravessa o tempo e se mantém viva no cotidiano dos lares do Rio Grande do Sul e em outros lugares do mundo.
De acordo com o extensionista rural Ilvandro Barreto, do Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, “o gaúcho é uma mistura de raças, forjado pelo meio, pela geografia e pelo passar do tempo, e adotou o chimarrão como uma necessidade básica de vida”. Para ele, a força simbólica da bebida está justamente em seu uso constante. “Onde estiver, várias vezes ao dia, faz seu uso diário. Esse hábito criou raízes e gerou identidade”, analisa.
A erva-mate, além de símbolo estadual desde 1980 (Lei nº 7.439), foi reconhecida em 2023 como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul. “A tradição, o costume e a transmissão, geração em geração, dão suporte a esse simbolismo, que se fortalece pelo uso, pelo valor e também pela consistência popular”, afirma Barreto.
Para o extensionista, todos os dias do ano são, de certa forma, dedicados ao chimarrão. “O sentimento de todos nós, gaúchos, é de que os 365 dias do ano são também alusivos a essa bebida oficial, que faz parte do dia a dia de cada gaúcho, de cada pessoa que admira e que se fortalece numa bebida saudável, com uma história tão grandiosa que une gerações”.
Com informações da Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar